domingo, 15 de novembro de 2015

Um pouco da minha mãe poeta ou musa etérea, Hilda Hilst!

XVII
Morte, minha irmã:
Que se faça mais tarde a tua visita.
Agora nunca. Porque o amor de Túlio
O vermelho da vida, pela primeira vez

Se anuncia fecundo. Diante da luz do sol
O meu rosto noturno de poeta te suplica
Que te demores muito contemplando o mundo
Que te detenhas ali, entre a roseira
E o junco
Ou talvez, para o teu conforto, assim, te estendas
À sombra das paineiras, sonolenta.
Morte, contempla. Poupa, quem por amor,
Em tantos versos, também te fez rainha.
Esquece o poeta. Porque o amor de Túlio
Secreto, se avizinha.

O vermelho da vida, pela primeira vez
Hilda Hilst

"Hilda Hilst nasceu na cidade de Jaú, interior do Estado de São Paulo, no dia 21 de abril de 1930, filha única do fazendeiro, jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de Almeida Prado Hilst e de Bedecilda Vaz Cardoso. Radicada no município de Campinas desde 1965, vivia na chácara Casa do Sol. Formada em Direito pela USP, desde 1954 dedicou-se integralmente à criação literária. Faleceu no dia 4 de fevereiro de 2004. É reconhecida hoje como um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea."

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