sexta-feira, 22 de março de 2019

O Enredo da União da Gávea para 2019- Rede Manchete!



“Pode preparar o seu confete que hoje na avenida tem Manchete!”
Autores: Bill Oliveira e Clay Gomes


‘Aconteceu virou manchete é isso aí!
A manchete é a preferida da sapucaí… E do Anhembi…
E esse ano também a Manchete será a preferida da passarela Virtual!’

Ousada e inovadora, o canal que nasceu da rádio e da revista renomada, para ser a
“Televisão do Ano 2000”, revolucionou a programação da TV aberta brasileira. Queria ser erudita e popular, tendo uma “programação de bom gosto” para a família brasileira.
Estava mesmo à frente de seu tempo em sua linguagem e maneira de se comunicar.
No dia 05 de junho de 1983, o sonho de Adolfo Bloch, um judeu de Kiev, tornava-se realidade, lançava a Rede Manchete de Televisão! E arrebatou o público brasileiro já em sua estreia com o show  ´´O Mundo Mágico´´, que se tornaria um marco para a história dos programas e do marketing televisivo; Apresentava talentos da música nacional, empresários que desejavam boa sorte ao empreendimento e em seguida o filme clássico Contatos Imediatos de Primeiro Grau.
Em poucos anos de vida a Manchete tornou-se referência para três ou quatro gerações! Sim, porque ela não chegou ao ano 2000! Terminou em 1999 devido a crises financeiras. Seira por apostar demais em inovação? Muito sonho e pouco pé no chão? Isso ninguém sabe responder até hoje. Mas todos sabem que a família Manchete não era integrada apenas por funcionários do prédio famoso do Grupo Bloch, mas também por cada criança, que hoje é adulto e se sente órfão da televisão que os fez sonhar.
Após sua estreia, ela não parou de surpreender e emplacou “o jornalismo de qualidade”, transmitia esportes variados e chegou realizar famosas transmissões das Olimpíadas.
Inovou com seus programas de variedade e cultura, muitos deles cheios de musicalidade e misticismo. Mas se destacou mesmo nos programas destinados ao público infantil, simplesmente lançou Xuxa e Angélica.
Manchete abusada que rivalizava a poderosa Rede Globo, chegando a vencer a emissora de Roberto Marinho quando apresentou dentre outras novelas e minisséries maravilhosas a sua obra prima Pantanal! A emissora de Adolfo ficou conhecida mesmo como a a televisão que lançou grandes sucessos…
Manchete do Jaspion, Jiraya e Changeman e tantos outros heróis com atores de olhinhos puxados e uniformes coloridos… Manchete dos eternos Cavaleiros dos Zodíaco e da febre dos desenhos animados japoneses no Brasil, que vieram nortear nossa cultura pop!
Querida Manchete! Com a melhor cobertura do Carnaval de todos os tempos, mostrando bailes e concursos de fantasias e os desfiles das escolas de samba, onde seu time de comentaristas dava aula de carnaval! Imagens coloridas que chegavam aos confins do Brasil, fazendo sonhar os Brasileirinhos que hoje são grandes carnavalescos!  Bom lembrar que foi Adolfo Bloch quem disse primeiro: “Desfile de escola de samba é uma ópera a céu aberto! Pois integra todas as formas de arte inventadas pela humanidade em um espetáculo móvel!”
Assim inebriada deste espírito inovador e carnavalizador, a União da Gávea anuncia nesse carnaval: “Pode preparar o seu confete, que hoje, na avenida tem Manchete!”

FICHA TÉCNICA DA UNIÃO DA GÁVEA:

Presidente: Marcelo J. Custódio
Presidente de Honra: Clay Gomes
Carnavalescos: Biu Oliveira, Clay Gommez, Renato Moço
Diretor de Carnaval: Renato Moço
Diretor Cultural: Matheus Santanna
*O autor do Banner do enredo é o Adalmir Menezes, nosso parceirão!

#manchete #carnavalvirtual #bloch #biuoliveira #billilustras #claygomes #gávea
#carnaval 

segunda-feira, 18 de março de 2019

Por que a Mangueira mereceu ganhar o Carnaval de 2019?



Texto meu publicado na coluna Opinião do Site WTB News LINK AQUI 
Agradeço ao querido Rodrigo Trindade pelo espeço para dar meus pitacos!




Desde que a Caprichosos de Pilares "lançou" e apoiou a campanha das "Diretas Já" em seu desfile de 1985 com "E por falar em Saudade", e a Beija-Flor fez "Ratos e Urubus, larguem minha fantasia" 1989 com Joãosinho Trinta não houve uma crítica social tão necessária quanto o enredo de 2019 da Estação Primeira de Mangueira, "História para ninar gente grande" (Leandro Vieira). E como toda crítica artística nasce de uma forte necessidade de catarse de um momento social doloroso, vemos exatamente esta vontade do povo excluído de dizer sua verdade! Foi isso que vimos no desfile da Mangueira.
Espero que isto lance o tema até em salas de aula, e que a história do Brasil seja revista sim! Brasil que nem descoberto por Cabral foi, pois já sabiam da existência de suas terras muito antes do português descer aqui e anunciar ao "Velho Mundo" que existia e que era dele e da Espanha. Agora não quero dizer que visualmente estava rico, pois riqueza em desfile de Carnaval não é necessária. Sinto muito que os pavões de plantão pensem o contrário, afinal o que vale é uma linguagem clara que o público identifique e um samba que faça escola e público cantar. Claro que não vale entrar despencando. Mas grandiosidade sem criatividade ou bom gosto não fica legal. Fica vazio de alma!
A Mangueira, mesmo com poucos recursos, estava visualmente bela e criativa. Leandro Vieira, que lançou novo estilo nas fantasias, desde o ano passado começa uma nova linguagem também em alegorias. Unindo técnicas de design, como poucos até hoje souberam fazer, as fantasias eram incrivelmente bem estampadas e bem acabadas; e a alegoria dois deste ano, por exemplo, foi para mim tão impactante que deveria ser considerada uma das eternas ao lado do "Cristo Mendigo" da Beija-Flor 1989, "DNA" do Paulo Barros na Tijuca, 2004; o "Pierrô" do Renato na Mocidade 1999 e o "Noivado de Leopoldina" da Imperatriz com Rosa em 1996: O Carro da Manga esse ano tratava-se de uma pichação ao monumento aos "Bandeirantes" e mostrando o rastro de sangue que estes falsos heróis deixaram por onde passaram. Arte contemporânea e vanguardista!

Sonhamos com um país igualitário, onde se unifique em paz as três etnias; o Brasil não é mais dos índios apenas, agora que a vergonhosa colonização aconteceu. Temos que fazer o melhor com o que temos. Não dá mais para separar brancos, negros e índios, pois miscigenou. Eu sonho ainda com um enredo pela miscigenação e paz no nosso país! Chega de divisão! Ambos os lados em nosso país precisam dar as mãos para gerar crescimento e evolução. Quem sabe mudamos a cor da bandeira...para verde, rosa e branca!
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*Biu Oliveira é especialista em Artes Visuais e atua como designer de Carnaval. Já desenhou para grandes escolas de samba do Rio, São Paulo e até na Argentina.
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Biu Oliveira. Foto: Acervo Pessoal
Biu Oliveira. Foto: Acervo Pessoal